Acesso Rápido
- 1 Evitando a Síndrome de Burnout como consequência do trabalho na pandemia.
- 2 O que é a Síndrome de Burnout?
- 3 Como a pandemia está afetando o trabalho?
- 4 O que pode acarretar na Síndrome de Burnout?
- 5 O que fazer para que a Síndrome de Burnout não seja uma consequência na sua empresa?
- 6 Conte-nos seu caso
Evitando a Síndrome de Burnout como consequência do trabalho na pandemia.
Hoje, no Dia Internacional do Trabalhador, convido você a pensar sobre uma das questões mais primordiais para que seja possível fazer um bom trabalho: a saúde mental e física dos colaboradores. Entenda como ela pode estar sendo afetada durante a pandemia e saiba o que fazer para evitar que a Síndrome de Burnout seja uma realidade na sua empresa.
O que é a Síndrome de Burnout?
Embora há muito tempo discutida, foi apenas em 2019 que a chamada “Síndrome de Burnout” foi incluída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na Classificação Internacional de Doenças. Isso certamente tem a ver com os diagnósticos cada vez mais recorrentes do distúrbio psíquico, o qual carrega um nome bastante sugestivo. Afinal, “burnout” significa esgotamento. Pessoas diagnosticadas por especialistas se sentem esgotadas, como consequência da condição das suas vidas profissionais.
O excesso de trabalho, a cobrança por produtividade e um ambiente profissional tóxico são apenas alguns dos pontos que podem afetar colaboradores, ao ponto de que desenvolvam as características identificadas como parte da Síndrome de Burnout. O transtorno pode causar ansiedade, insônia, baixa autoestima e em casos extremos, depressão profunda – além de doenças como problemas gastrointestinais e hipertensão. Então, se o distúrbio afeta fortemente a mente e o corpo, os impactos são diretos na produtividade dos trabalhadores.
Todos saem perdendo com isso. A Síndrome é extremamente prejudicial para a saúde física e mental dos profissionais. É, também, para a empresa: que perde força, rendimento, união e resultados. Logo, primar pelo bem-estar dos colaboradores é uma responsabilidade indispensável, que deve ser tratada com prioridade por qualquer gestor.
Porém, ninguém esperava que algo maior do que até mesmo a gestão mais sólida colocaria todo ambiente empresarial à prova. A crise do coronavírus obrigou empresas dos mais variados setores a reformularem suas dinâmicas de trabalho, adotando o home office como modelo, por exemplo. E a verdade é que nenhuma adaptação é simples.
Até parece ironia do destino que o reconhecimento da Síndrome de Burnout pela OMS em 2019, na lista que entrará em vigor em 2022, coincidiu justamente com a pandemia, que impulsionou uma explosão de casos, Brasil afora. Infelizmente, o problema – que já vinha crescendo – é hoje também resultado de alguns efeitos de novas dinâmicas de trabalho.
O Burnout é algo muito sério! Se você ou sua empresa tem dúvidas, consulte um advogado.
Como a pandemia está afetando o trabalho?
Tanto remotamente, quanto presencialmente, trabalhar não está sendo fácil no momento histórico que vivemos.
A crise sanitária e econômica preocupa a todos e causa diferentes tipos de medo: do vírus, do desemprego, do futuro. Essa situação nos coloca em constante estado de alerta e preocupação, o que por si só já interfere totalmente na maneira como conduzimos nossa rotina.
Somado à fragilidade do nosso emocional, ainda lidamos com a reformulação das atividades profissionais e com a privação de momentos que antes compartilhávamos com colegas e amigos. Muitos de nós estamos trabalhando mais. Então, em meio às diversas mudanças que enfrentamos, a exaustão mental surge como uma dura consequência. Estamos lidando com:
- Mudanças no ambiente de trabalho
As medidas de contenção do vírus envolvem desde a adoção do home office, à novas práticas de cuidados em ambientes presenciais. Essas adaptações demandam esforços de toda a empresa.
- Mudanças na percepção do tempo e do espaço
Trabalhar em casa é, de certa forma, misturar o cotidiano de trabalho com o doméstico. Pequenos rituais diários, importantes para a nossa organização mental, podem se perder. Isso muda a relação que temos com a utilização do tempo e com os espaços. De repente nos deparamos trabalhando na cama, lugar destinado ao descanso, além do horário comercial.
- Mudanças nos relacionamentos
Conversar despretensiosamente nos intervalos, cumprimentar as pessoas que encontrávamos nas ruas. Esses gestos podem parecer banais, mas têm extrema importância na nossa proximidade e comunicação com o exterior, algo que traz alívio ao nosso interior.
- Mudanças nas expectativas e perspectivas
Parte do trabalho em qualquer empresa é nutrir planos coletivos e individuais. Como manter a sintonia de uma equipe em um período de distanciamento físico, mas muitas vezes também emocional? Alinhar os objetivos e as exigências entre os colaboradores está sendo um desafio que, se feito de maneira equivocada, pode levar ao esgotamento do grupo.
O que pode acarretar na Síndrome de Burnout?
Não há como fugir dessas mudanças, ao menos enquanto a pandemia continua. Entretanto, é preciso ter muito cuidado para que elas não sejam mal administradas. As adaptações ao home office, os receios dos colaboradores e a postura da empresa podem levar a situações que são o início de problemas, os quais eventualmente se tornam a causa do Burnout. Alguns deles são:
- Acúmulo de funções direcionadas a determinados colaboradores;
- Excesso de cobranças, exigidas de maneira desconectada com o momento;
- Pressão por produtividade, muitas vezes sentida e imposta pelos próprios profissionais;
- Trabalhar para além do expediente, para buscar resultados que não foram obtidos no horário normal
- Falhar com a comunicação, parte essencial para orientar e acompanhar a equipe.
Esses problemas são comuns em empresas dos mais diversos segmentos. Afinal, todos estamos aprendendo a lidar com as bruscas transformações do trabalho. Porém, toda empresa tem o dever de prezar pela saúde da equipe. Para isso, é preciso encontrar formas para evitar o esgotamento mental e físico dos colaboradores.
O que fazer para que a Síndrome de Burnout não seja uma consequência na sua empresa?
Algumas práticas podem ajudar você a observar a situação da sua empresa, a fim de identificar problemas e realizar ações para solucioná-los.
- Analise a sua liderança
Talvez você não perceba, mas sua gestão pode estar sendo inadequada para alguns colaboradores. A única forma de evitar atritos é tendo uma comunicação assertiva, que possibilite o feedback entre as partes. Essas avaliações podem acontecer durante reuniões, ou até mesmo anonimamente, em um momento à parte. Analisar sua própria liderança é fundamental para evitar comportamentos tóxicos e exigências inviáveis.
- Utilize ferramentas adequadas para a comunicação da equipe
Agora, para que a comunicação aconteça de forma eficiente e saudável, é essencial dispor de canais otimizados para isso, focados no trabalho. Existem inúmeras plataformas para trabalhar em equipe remotamente, que tornam os processos mais claros e o contato mais direto. Muitas delas são gratuitas. Busque por aquela que mais se enquadra com a dinâmica da sua empresa. Sem dúvida, você encontrará uma opção melhor do que um grupo de WhatsApp (que pode ter seu valor, mas dificulta a organização de informações).
- Fortaleça o seu RH
Parte de acompanhar os colaboradores vai além de falar sobre o trabalho propriamente dito. É, também, conversar sobre como estão se sentindo ao trabalhar e durante a rotina. Cabe ao setor de Relações Humanas dar a devida atenção a isso. A hora para fortalecer o RH é agora: investindo na capacitação dos profissionais, em programas de bem-estar, em atividades que cuidem da saúde física e mental das equipes.
- Opte pela gestão por contexto
Esse cuidado direcionado é uma forma de gerir times. A chamada “gestão por contexto” não trata profissionais como subordinados, mas sim, parceiros. Não é à toa que hoje utilizamos a palavra “colaboradores”: todos são fundamentais para colaborar para que a empresa se mantenha de pé. Por isso, procure conhecer e compreender as pessoas. Assim, você conseguirá respeitar os perfis de cada uma e se aproximar, de fato, delas.
- Respeite o horário comercial
Dica básica, mas importante. O home office pode dar uma falsa sensação de disponibilidade constante, ainda mais se ferramentas de uso casual, como o WhatsApp, são utilizadas no ambiente empresarial. Porém, o horário comercial pré-estabelecido deve ser respeitado – mesmo se sua empresa trabalha com horários flexíveis. Extrapolar o tempo é uma bola de neve que pode causar maiores estragos, quanto maior ela fica.
- Revise objetivos constantemente
Para terminar, algo que devemos aceitar como parte da realidade pandêmica. Nossos níveis de rendimento, nossos planos, nosso futuro: nada disso deve ser encarado com os mesmos parâmetros de uma situação mais normalizada. Estamos passando por um período não apenas de recessão econômica, mas de preocupações com nossas próprias vidas. Todos compartilhamos dessas dores. Não podemos ignorá-las. Entendê-las como parte do que vivemos é imprescindível para adaptar objetivos e adequar a demanda por produtividade.
Ao se importar com isso, você não apenas estará diminuindo as chances da Síndrome de Burnout estar presente na sua empresa. Estará fortalecendo a relação com seus colaboradores – e plantando sementes, para colher resultados mais prósperos hoje e depois que isso tudo passar.