Estamos, desde março de 2020, lidando com a crise ocasionada pelo vírus da COVID-19. E, enquanto a pandemia ainda for uma realidade, adaptações serão necessárias em todos os campos da sociedade. Entenda como o mercado de franquias se transformou no último ano, a partir das soluções que redes encontraram em meio às restrições do momento.
Há pouco mais de um ano, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou uma carta direcionada aos órgãos públicos, ao setor financeiro e à indústria de shopping centers. Nela, a organização expressou as preocupações que a então nova crise do coronavírus trouxe à tona.
O impacto que as medidas restritivas causariam era claro: afinal, a maior parte da operação de redes de franquias depende da circulação de pessoas nos pontos de venda.
Portanto, tendo em vista a iminente redução do consumo e, por consequência, do faturamento das lojas, a ABF liderou a articulação de soluções que, ao menos, minimizassem os efeitos da recessão.
Se para a rede ela seria prejudicial, para franqueados ela poderia ser devastadora.
O ano de 2020 passou e, cá estamos: abril de 2021. Infelizmente, a situação da pandemia não apenas continua, como se agrava por todo o país. Enquanto isso, governos estaduais e municipais tentam encontrar um ponto ideal em uma crise que é tanto sanitária, quanto econômica.
As restrições de funcionamento do mercado, logo, continuam. E o setor de franquias se mantém como um dos mais representativos da economia, pois movimenta variados segmentos do mercado e garante empregos a uma parcela significativa da população.
Como a sua empresa está lidando com as dificuldades da pandemia?
Mesmo com a crise, redes de franquias se mostram como um espaço seguro para empreendedores. Vantagens como o reconhecimento da marca no mercado e o suporte da franqueadora, sem dúvidas, fazem toda a diferença nesse momento.
Mas, o que mais fortaleceu a resiliência do setor foi o trabalho incansável das redes para superar os obstáculos.
As medidas das franqueadoras para a adaptação das operações durante a pandemia deram tanto resultado que, mesmo com todas as adversidades, a média de unidades por rede cresceu em 2020, de acordo com o censo anual da ABF. São vários os cases de empresas que tiveram bons resultados.
Isso, além de ser um demonstrativo direto da solidez do sistema de franchising, é um indicativo de que franquias são reconhecidas como uma das opções mais interessantes para investir em um período de instabilidade econômica.
Podemos concluir que investidores se sentem atraídos quando percebem que a franqueadora se adequa à situação do mercado e presta suporte direto aos seus colaboradores. Dentro dessas soluções, temos alguns exemplos de medidas.
Independentemente do segmento de atuação da rede, elas podem ser consideradas e adaptadas ao perfil do negócio.
Acesso Rápido
- 1 Medidas quanto às dificuldades financeiras
- 2 Medidas quanto à operação e funcionamento das lojas
- 3 Medidas quanto ao impacto nas vendas
- 4 Medidas para manter consumidores interessados
- 5 Medidas para o bem-estar dos franqueados
- 6 Que tal ouvir diretamente de um franqueador?
- 7 Como a sua empresa está lidando com as dificuldades da pandemia?
Medidas quanto às dificuldades financeiras
Se a redução de circulação de pessoas e o fechamento do comércio é prejudicial para uma rede, imagine para os franqueados das lojas?
A unidade de franquia é a fonte de renda dos empreendedores e também depende do capital de giro para manter suas operações.
Por isso, devido às limitações financeiras do momento, muitas franqueadoras reviram a forma como cobrariam taxas: como royalties e valores destinados ao fundo de propaganda.
Claro, a forma de fazer isso depende do perfil financeiro da rede. Grandes franqueadoras chegaram a suspender o pagamento de royalties, para que franqueados pagassem os valores em um período futuro. Essa não é uma possibilidade viável para todas.
Entretanto, ao repensar o planejamento de marketing da franquia, por exemplo, é possível reduzir a cobrança de taxas que para o bolso dos franqueados são significativas.
Outras medidas, como a suspensão de contratos não essenciais e a adesão a empréstimos podem ser decisivas tanto para a franqueadora, quanto para as unidades.
Franqueadores por todo o Brasil se articularam com as instituições responsáveis: seja na renegociação dos aluguéis dos pontos físicos com shoppings, ou ao requerer a bancos linhas de créditos atrativas para franquias.
Independentemente da solução encontrada, nunca a mobilização em conjunto foi tão importante quanto agora.
Medidas quanto à operação e funcionamento das lojas
Um dos maiores desafios das redes e de franqueados, principalmente do setor de serviços, foi adaptar a operação das unidades em meio às restrições de funcionamento.
Aqui, foi necessário ser tanto sistemático, quanto criativo. Isso, para orientar gestores a como lidar com determinadas questões: como o fornecimento de produtos para a produção ou realização das atividades fim das franquias.
É preciso ter atenção à entrega do estoque, para evitar atrasos e desperdícios, caso haja diminuição de demanda.
Quanto ao funcionamento das unidades, a criatividade é o caminho, principalmente para as franquias que anteriormente não funcionavam com delivery.
Algumas franquias de serviços criaram linhas de produtos relacionados às atividades da empresa, como o próprio CEO do Buddha Spa, Gustavo Albanesi, nos contou no podcast Dr. Franquia.
Aquelas de educação e eventos entraram de vez no formato online. E por aí vai.
Jamais esqueça que as adaptações também são necessárias quando as lojas estão abertas. Os cuidados sanitários e as normas de distanciamento são regidos por lei – mas além disso, são uma demonstração do quanto a empresa se importa com o bem-estar dos clientes.
Consumidores querem se sentir seguros.
Medidas quanto ao impacto nas vendas
Se antes o franchising era um setor predominantemente expressivo nas vendas de lojas físicas, agora o e-commerce aparece como uma opção inevitável. Mas, com ou sem pandemia, desenvolver a integração de vendas nos canais online (omnichannel) é se afirmar no presente e estar de olho no futuro.
Franquias de produtos e serviços podem utilizar dessa ferramenta para aproximar e fidelizar clientes, através da venda de pacotes especiais e da oferta de cupons de desconto, por exemplo.
Os resultados alcançados em rede, então, podem ser repassados em proporção para as unidades.
Medidas para manter consumidores interessados
Por mais que possa ser desafiadora, a transição para o online pode trazer diversas vantagens.
Além de ser um novo formato para a atividade das franquias, ela proporciona uma proximidade diferenciada aos consumidores.
Explorar a presença da marca na Internet é uma maneira de manter os clientes interessados nela, mesmo que não compareçam às lojas físicas. Para redes de serviços, então, essa relação é especialmente importante.
Aqui entra a importância da criação constante de conteúdo e de programação, que pode ser feita em parceria com influencers e perfis potencialmente interessantes ao público-alvo.
Sandra Chayo, Diretora de Marketing e Estilo do Grupo Hope nos contou no podcast Dr. Franquia alguns detalhes de suas operações com influencers, o que sempre foi um dos pilares da aproximação da marca com suas consumidoras.
As estratégias para aproximar a comunicação entre a marca e os clientes são infinitas e a única regra é não deixar de destacar os diferenciais da franquia nas ações, a fim de que ela seja constantemente relembrada por sua proposta.
Medidas para o bem-estar dos franqueados
Para encerrar o apanhado de medidas, não podemos esquecer de algo primordial para o sucesso de qualquer rede.
A pandemia está sendo um momento difícil para todos – e empreendedores sentem um tipo muito específico de aflição. Afinal, a incerteza financeira afeta diretamente o bem-estar emocional e físico dos franqueados, agentes principais no sistema de franquias.
Então, a franqueadora deve se certificar de que está fornecendo o suporte necessário quanto a isso.
Mais do que auxiliar nas operações, é seu papel ouvir e debater com os franqueados quais seriam as melhores soluções para o momento. Para isso, a criação de comitês de crise se tornou algo comum e bastante eficiente em redes de todos os setores do mercado.
Além de ser um momento para definir medidas práticas quanto a gestão das unidades, esse contato também é uma forma de aproximar as partes e valorizar esse relacionamento profissional, que é um dos pilares do franchising.
Na pandemia, então, ele é decisivo para que a empresa tenha, de fato, resiliência.
A transparência na comunicação com os fraqueados é um ponto chave de franqueadoras que estão superando a crise e das que estão se afundando cada vez mais.
Que tal ouvir diretamente de um franqueador?
Não há nada melhor do que escutar as palavras de quem passou por tudo isso e sentiu na pele a pressão da pandemia.
Conversei com Gustavo Albanesi, CEO do Buddha Spa, sobre os problemas enfrentados no último ano e as medidas adotadas – que não apenas fizeram a empresa superar a crise, como prosperar em meio a ela!
Clique aqui para ouvir nosso papo no podcast Dr. Franquia!
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