Você foi vítima de um golpe no WhatsApp e mandou um Pix para um estelionatário? Fique calmo. Muita gente passa por isso — e, diferente do que dizem por aí, é possível sim reaver esse dinheiro.
Recentemente, uma sentença do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que os bancos são responsáveis por permitir a abertura de contas usadas em fraudes.
Isso muda tudo.
Vamos te explicar como essa decisão pode ajudar você a recuperar o valor perdido no golpe.
Acesso Rápido
- 1 O Golpe do WhatsApp com Pix: Como Funciona?
- 2 A Justiça Está do Seu Lado: Entenda o Caso
- 3 O Que Fazer se Você Caiu em um Golpe no WhatsApp e Mandou um Pix?
- 4 Por Que o Banco Pode Ser Responsabilizado?
- 5 Já Houve Outras Decisões Como Essa?
- 6 Conclusão: Caiu em Golpe no WhatsApp e Mandou Pix? Lute pelos Seus Direitos
O Golpe do WhatsApp com Pix: Como Funciona?
É o golpe mais comum hoje no Brasil. Alguém se passa por um familiar ou amigo no WhatsApp, finge urgência e pede um valor via Pix.
A vítima, na tentativa de ajudar, faz a transferência. Depois descobre que caiu em um golpe.
Mas por que o banco teria culpa nisso?
A Justiça Está do Seu Lado: Entenda o Caso
Em abril de 2025, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou os bancos Bradesco, Santander e Itaú a devolverem valores que haviam sido enviados a golpistas em um golpe semelhante.
Segundo a sentença, os bancos falharam na segurança ao permitir a abertura de contas fraudulentas, que foram utilizadas para aplicar golpes.
O juiz foi claro:
“O sucesso da conduta delituosa apenas foi atingido por existirem contas bancárias abertas por eles [golpistas] junto às requeridas, sem a adoção da cautela que lhes é exigida.”
Em outras palavras, os bancos facilitaram a fraude ao não checarem adequadamente quem estava abrindo conta.
Por isso, foram responsabilizados e obrigados a devolver o dinheiro transferido via Pix e pagar indenização por danos morais.
O Que Fazer se Você Caiu em um Golpe no WhatsApp e Mandou um Pix?
Se você mandou um Pix errado em um golpe no WhatsApp, o mais importante é agir rápido.
Embora o Pix seja uma transferência instantânea, ainda há medidas que podem ser tomadas para tentar recuperar o valor ou responsabilizar os envolvidos.
Veja o passo a passo completo:
✅ 1. Reúna todas as provas imediatamente
Tenha em mãos o máximo de evidências que comprovem o golpe:
Prints da conversa no WhatsApp com o golpista
Nome e número usado pelo golpista
Comprovante(s) da transferência via Pix
Data, horário e valor de cada transação
Nome do banco e dados do destinatário
Essas provas serão essenciais para abrir uma ocorrência policial e também para fundamentar uma possível ação judicial.
✅ 2. Faça um boletim de ocorrência (BO)
Você pode registrar:
Em uma delegacia física
Pelo site da Polícia Civil do seu estado (vários estados já têm BO eletrônico)
No BO, informe:
Que foi vítima de golpe
Que mandou Pix por engano, acreditando ser um familiar
Todos os dados bancários usados no golpe
Isso formaliza o crime e ajuda futuras investigações e processos judiciais.
✅ 3. Comunique imediatamente o seu banco
Entre em contato com o suporte do seu banco:
Pelo aplicativo, telefone ou agência
Solicite o bloqueio da conta destinatária (caso o valor ainda não tenha sido sacado)
Peça que registrem oficialmente o caso internamente
Mesmo que o dinheiro não possa ser estornado na hora, o banco deve abrir um processo interno de investigação e pode te ajudar com o rastreio.
✅ 4. Solicite o mecanismo de devolução do Pix (MDP)
O Banco Central oferece um sistema chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED ou MDP) que permite:
Solicitar o estorno do valor transferido em até 90 dias, em casos de fraude comprovada
O banco do golpista pode bloquear os valores se eles ainda estiverem na conta
Nem todos os casos são elegíveis, mas vale insistir com seu banco para que o pedido seja aberto.
✅ 5. Consulte um advogado especializado
Se o valor foi perdido e o banco não conseguiu devolver, você ainda pode processar o banco, com base em decisões como a que mostramos neste artigo.
Um advogado poderá:
Analisar as provas
Ingressar com uma ação judicial
Pedir a devolução do dinheiro
Solicitar indenização por danos morais
A jurisprudência mostra que os bancos têm sido condenados quando facilitam a abertura de contas falsas usadas por golpistas.
✅ 6. Fique atento a novas tentativas
Muitas vítimas de golpe têm seus dados compartilhados entre golpistas. Por isso:
Não compartilhe mais informações com desconhecidos
Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp
Cuidado com novos pedidos de Pix, mesmo que pareçam familiares
Por Que o Banco Pode Ser Responsabilizado?
Porque a lei exige que os bancos sigam critérios rígidos na abertura de contas, exatamente para evitar que sejam usadas em golpes.
Segundo o Banco Central, os bancos devem:
Verificar identidade com rigor
Confrontar dados com bancos públicos e privados
Impedir cadastros falsos com selfies e documentos sem validação
Se não seguirem isso, eles respondem pela negligência, mesmo que a transferência tenha sido feita por vontade da vítima.
Já Houve Outras Decisões Como Essa?
Sim! Além do caso citado, o próprio TJSP já afirmou em outra decisão:
“A instituição financeira permitiu a abertura de conta por terceiros estelionatários sem as devidas cautelas. […] RESSARCIMENTO DEVIDO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS.”
— Apelação Cível, TJSP
Esses precedentes mostram que a Justiça está cada vez mais firme contra a negligência dos bancos em casos de golpe com Pix.
Conclusão: Caiu em Golpe no WhatsApp e Mandou Pix? Lute pelos Seus Direitos
Você não está sozinho — e não é obrigado a arcar com o prejuízo.
Se os bancos não fizeram sua parte ao permitir contas falsas, eles devem responder pelos danos causados.
📌 Fique atento: A jurisprudência está evoluindo, e os tribunais reconhecem cada vez mais a responsabilidade dos bancos em golpes desse tipo.
👉 Sofreu um golpe semelhante? Entre em contato com um advogado e conte seu caso. Você pode ter direito à devolução do valor e à indenização por danos morais.
